22.3.10

É proibido proibir!

Quem trabalha na área de games está a quase seis meses ouvindo falar do machado que ronda sobre nossas cabeças conhecido com PLS 170/60, ou seja, o projeto de lei que proíbe os jogos ofensivos. Existe tanto para se dizer sobre o assunto que é difícil decidir por onde começar...

A primeira coisa é: o que seria “ofensivo”? Se formos olhar no dicionário a definição é “algo que posso magoar, lesar, descriminar, etc., uma pessoa ou grupo”. Acho que todos vêem o “pequeno” problema dessa lei, ela é estupidamente ampla. Quem define o que é ofensivo? Um juiz que não entende nada sobre a área? Um senador que inventou essa baboseira só porque deve ter visto o filho jogando Bully e se assustou???

Tá, calma, calma, vamos racionalizar a situação, a lei que o “digníssimo” senador quer alterar já engloba games, eu pelo menos entendo que “publicação de qualquer natureza” inclui um entretenimento interativo digital, a.k.a. games.

Agora deixando de lado o argumento anterior e a falta de delimitação da lei, sabe qual é a maior reclamação (não digo das empresas e sim dos jogadores)? “Eu tenho mais de dezoito anos, pago meus impostos, não roubo, não mato, e vem alguém me proibir de jogar o que me agrada? Desde quando o Brasil voltou à ditadura?”. Quase todo fórum de games tem uns trezentos comentários que dizem exatamente a mesma coisa: os jogos já possuem classificação etária, essa proibição não vai contra a liberdade de expressão da constituição brasileira? 

Se igrejas têm o direito de declamar seu descontento (usando muito eufemismo nessa área) com o homossexualismo, por que eu não posso jogar RE5? Não digo que tenho preconceito contra negros, mas se a historia se passa na África eles queriam que os zumbis fossem chineses? Sim, sim, eu sei que existem brancos na África, mas a predominância é negra, e proibir isso não só é censura como uma forma de incentivo a discriminação.

Então, quer dizer que agora eu não posso mais jogar com o exercito nazista na 2ªGM? Ou dirigir por Vice City atropelando pessoas? Ou matar um zumbi negro (ou branco, hispânico, asiático, etc.)? Porque tudo isso é “ofensivo”? Eu sou mulher, escuto mais coisa ofensiva passando por uma construção do que em qualquer jogo que já vi, isso inclui jogos como RapeLay. Ninguém é a favor de estupros (a não ser os estupradores) e nem por isso eu acho que deve ser proibido um jogo que trate do assunto. Porque então não censurar os filmes ofensivos (isso tem bastante, principalmente no cinema brasileiro)? Ou as músicas ofensivas (não vou nem comentar)?

O absurdo maior (sim, é possível ter algo pior) é que a Comissão de Educação e Cultura aprovou o projeto. CULTURA!!! Como podem aprovar este tipo de censura?? EDUCAÇÃO!!! Que lição esse projeto esta passando??


Resta-nos sentar e rezar para que existam pessoas sensatas na Comissão de Constituição e Justiça que percebam o quão desnecessário e absurdo é o projeto. Afinal, 95% da distribuição de jogos, que são paralelos, não vão se importar com a proibição, ao contrário, eles terão encontrado um novo nicho de negócio: jogos proibidos no Brasil!!

12.3.10

PlayStation Move!!!



A decisão da Sony de lançar seu console, o PS3, com uma mídia cara e pouco difundida como é o caso do Blu-Ray é, até agora, olhada de forma estranha. Mas hoje com seu mais novo lançamento, o PlayStation Move, a Sony pode ter cravado mais um prego em seu caixão (isso é claro se o Natal for bem sucedido).
Temos um futuro incerto pela frente: a Nintendo não tem demonstrado nenhuma possível inovação em um futuro próximo e que pode causar uma estagnação; a Microsoft arrisca tudo no Projeto Natal que pode ser a nova cara dos jogos com movimento; e a Sony tentar entrar nessa corrida, com um candidato meio (para não dizer muito) duvidoso.

Vamos analisar o novo controle:
  • O layout do mesmo é extremamente similar ao WiiRemote, o que, considerando os problemas ergonômicos da Nintendo, não seria uma boa idéia de copiar. Um controle grande, pesado e difícil de acessar os botões (sem falar na estética horrível do mesmo, o que diabos seria aquela lâmpada na ponta???);
  •  Custo-benefício. O valor previsto é menos de $100, o que podemos considerar que deve chegar ao Brasil custando, por volta, R$450 o kit (câmera e um controle com lâmpada). Agora se formos levar em consideração a demonstração do controle na GDC 2010 muitos jogos precisam de dois controles, ou dois de lâmpada ou um de lâmpada e um com direcional, o que transforma o custo inicialmente baixo em algo mais exorbitante.
Sony Playstation Move for PS3: Official Photo Gallery released – GDC 2010 
  • E os jogos? A Sony está começando do mesmo jeito que a Nintendo, os mesmos jogos e nenhuma surpresa. O que vimos na GDC foram jogos de golfe, tênis de mesa, luta de espadas, arco e flecha, boxe, minigames que parecem terem sido extraídos da série Mario Party (sem os personagens carismáticos) e jogos de guerra, claro que todos com gráficos bem mais avançados, afinal esse é o slogan (não oficial) da empresa.


Agora a pergunta (de novo) é: será que vinga? As chances de sucesso da Sony dependem de alguns fatores como: o fracasso da Microsoft com o lançamento do Natal, pois caso contrario a Sony estará lançando uma tecnologia obsoleta;  a permanência da Nintendo em seu estado de hibernação; e jogos, jogos, e jogos, a Sony precisa mais do que tudo conseguir criar jogos que saiam dos limites que a Nintendo parou e que vão além, ela precisa se agarrar as franquias que lhe renderam tanto sucesso e adoração ao redor do mundo e fazer com que elas também possam usufruir de seu novo controle.

E o futuro pertence a quem aplicar melhor a nova tecnologia e nós jogadores ficamos na espera.

5.3.10

Presente de Natal?!?


A essa altura do campeonato todo mundo, até quem não entende ou joga videogame, já ouviu falar do projeto Natal – resposta da Microsoft ao Wii, mas o que todos querem (e esperam ansiosos para) saber é: será que ele vinga?

O Natal vem com a missão ser a mais nova revolução dos jogos, indo além da idéia da Nintendo. Mas, apesar da empolgação gerada na E3 creio que a grande maioria das pessoas esta um tanto céptica com relação à verdadeira inovação do projeto.

Muito de nós caíram no conto da Nintendo, é verdade que o Wii é revolucionário, mas devemos admitir que o console possui tremendos problemas que a empresa vem tentando consertar lançando periféricos como o WiiRemote que aumentam a sensibilidade que controle já deveria possuir desde o primeiro momento.
E quem não consegue ver os potenciais problemas do projeto Natal? A idéia hercúlea de entretenimento sem controles tem um grande potencial... para o desastre. Em primeiro lugar, as empresas ainda não estão preparadas para este grau de inovação em jogos, o que pode fazer do Natal um periférico de baixo uso.  Em segundo lugar, os usuários do XBOX 360 não são, em sua maioria, o tipo de público que uma idéia como projeto agradaria, é claro que a Microsoft busca uma fatia do mercado casual governado pela Nintendo. Em terceiro lugar, o funcionamento do Natal já beira o risco de problemas, como o não reconhecimento dos dedos. Isso pode tornar jogos como os FPS (se é que existirão para este periférico) quase impossíveis de serem operados do jeito mais divertido. A Microsoft corre um grande risco de cair em uma falta de jogos que explorem o potencial de sua extensão, e esta se torne mais uma frustração para os usuários.

Contudo, eu tenho que dizer que estou de dedos cruzados para que a idéia de certo. Estou esperando ansiosamente pelo resultado desta possível nova revolução na indústria. E digo mais, se o projeto Natal funcionar plenamente meu dinheiro já está separado para comprar um XBOX.

Só esse projeto seria capaz de me fazer trair a nintendista que há em mim comprando outro console. Foi mal Iwata, mas o Gates roubou outra idéia e vai fazer de tudo pra vender.

Apertem os cintos e preparem-se para essa guerra de titãs. E que venha o Natal!!!