23.5.10

Inferno? Que nada!

Hora da história: “Em um belo inverno paraense, pouco antes de iniciar a pós-graduação em Games, eu estava lendo um livro intitulado “Nono Círculo” que retrata uma conspiração onde os assassinatos são inspirados na “Divina Comédia” de Dante Alighieri, e eu comecei a pensar como seria incrível um jogo que seguisse a narrativa de Dante. Fui então pesquisar para saber se existia tal game e descubro a produção de Dante’s Inferno, e dois pensamentos passaram pela minha cabeça: “que merda, era uma idéia muito boa” e “pelo menos jogarei ano que vem”

Então lançaram o jogo e meu Deus, o próprio Alighieri ressuscitou só para poder se suicidar com a visão de ter seu clássico associado a essa vergonha virtual, que se pode caracterizar apenas como levemente inspirada no livro. Vou deixar de lado aqui todas as comparações feitas em inúmeros luares entre esse título e God of War, em primeiro lugar por que não vale à pena repetir, e em segundo porque eu realmente nunca joguei GoW, por pura falta de interesse nesse jogo. Vou me concentrar em outros aspetos de Dante’s.


Arte: bom, existe uma diferença marcante na qualidade da arte dos QTE’s e o in game. Os inimigos são descaracterizados e sem inspiração, incapazes de assustar crianças ou adultos. Seu primeiro grande inimigo no demo é a morte. A MORTE!!! Se você derrota a morte a filosofia do jogo não ficaria um pouco abalada? Enfim, continuando, apesar das comparações feitas da história e da personificação do protagonista, Dante ,com Kratos, tenho que dizer que a cruz costurada ao peito deu um toque extremamente perturbador e intrigante ao astro, contudo, esse também é máximo que poderemos tirara dele. 


Gameplay: Nossa!!! Horrível!! Perdoem a revolta com o jogo, mas a frustração gerada por uma movimentação travada, sem movimentos fluidos e com uma esquiva difícil de ser bem aplicada, em um título onde derrotar um boss implica principalmente em esperar o momento de desviar e revidar, faz com que os jogadores sintam uma vontade quase incontrolável de atirar o controle na TV, algo que só traria prejuízo a você mesmo.


Vantagens: Hum!! Essa fica em aberto, talvez exista dentro das vastas horas de jogo algo que valha a pena tê-lo em sua coleção, mas como não joguei até o final não poderei garantir.

Lado bom: Ainda é uma boa idéia que espera uma execução adequada, uma trilogia baseada nas três partes da Divina Comédia, que permitam ao jogador sofrer, temer e pagar todos os seus pecados nos nove círculos do inferno, cumprir suas penitências nos sete círculos do purgatório, e se elevar até o décimo círculo celestial. Quem sabe, hein?

16.5.10

Bayonetta!

Quando surgiram os primeiro screenshots do novo jogo de Hideki Kamiya, cada sentimento feminista no meu pequeno ser (e de muitas outras mulheres) gritou em revolta. Em tempos de discussão (e reprovação) da vulgarização das mulheres nos jogos, o diretor de Devil May Cry traz uma personagem que durante seus ataques mais majestosos ela fica nua!!! Eu não conseguia conceber esse absurdo, e não acreditava em nenhum review que declamasse a excelência do game, só conseguia pensar: “claro, com um monte de homem escrevendo sobre um jogo com uma heroína nua a avaliação só poderia ser excelente.”


E então o jogo foi lançado e o alvoroço foi ainda maior. Bayonetta foi um dos poucos jogos a receber nota 10 da revista britânica EDGE. Ler este review foi um momento de insight, estava na hora de fazer o teste. Só o demo já foi mais do que necessário para me fazer morder a língua sobre tudo o que havia dito anteriormente. É verdade que existem algumas falhas de animação nos QTEs e certos movimentos são bem mais fáceis de serem realizados durante os treinos que na ação em si. Contudo, toda a mágica e excitação do jogo tornam estes lapsos insignificantes. A arte extremamente bem feita, os cenários cativantes e belos, as lutas frenéticas, empolgantes e com sentido, e os incríveis golpes que deixam Bayonetta sem roupa, são simplesmente WOW, não há outra forma de descrevê-los sem o uso de palavrões. O demo curto com seus 10 (dez) minutos jogáveis é repleto de momentos que deixam o jogador na sede pelo produto todo.


Então, retirando meu preconceito inicial, eu tiro meu chapéu para a Platinum Games (desenvolvedora de Bayonetta) que criou uma nova heroína a lá Lara Croft, sexy, confiante, letal e com um toque de Madonna.